Não quero Ballet mãe, quero Jiu-jitsu!!!

Não quero Ballet mãe, quero Jiu-jitsu

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Não quero Ballet mãe, quero Jiu-jitsu.

Esta frase,  dita por uma garotinha, gravada por sua mãe e divulgada em redes sociais (vídeo ao final deste artigo), resume de forma significativa um dos motivos que levam as mulheres a não investirem na prática de atividade física.

Segundo levantamento do IBGE referente ao ano de 2015,   83,1% da população feminina do Brasil , com  15 anos ou mais por ocasião da pesquisa, não pratica atividade física!

83,1% é um número muito significativo!!

Apesar das inúmeras vantagens  já conhecidas e abordadas em outros posts, seguimos percebendo que falta estímulo, motivação e adesão das mulheres à pratica da atividade física.

Não quero Ballet mãe, quero Jiu-jitsu

Muitos pais decidem pelos filhos as atividades físicas que eles deverão praticar na infância.

Não raramente, meninos futebol, meninas ballet.

E quando os pais decidem ouvir suas filhas e matricular as meninas em aulas de artes marciais ou futebol por exemplo, são cobrados a prestar conta a muitos questionadores.

As meninas seguem sendo desestimuladas a correr, levantar peso, rolar, saltar.

Muitos  pais seguem dizendo que isto não é coisa de menina!

Grande parte das meninas recebem estímulo apenas para a prática de modalidades com movimentos mais contidos, graciosos e femininos.

E se as meninas não se identificam com as modalidades aprovadas, o que acontece?

Muito provavelmente, desenvolverão falta de prazer àa prática da atividade, o que leva a falta de estímulo para continuidade na idade adulta.

O mesmo levantamento do IBGE, aponta que na  idade adulta os quatro esportes mais praticados por mulheres são: ballet (85%); ginástica rítmica e artística (80,5%); caminhada (65,5%) e fitness (academias de ginástica: 64,4%).

Onde estão os ídolos femininos?

Os meninos se inspiram em Gugas, Neymars, Cielos e tantos outros atletas masculinos em evidência.

Querem ser como eles e pedem aos pais que os levem para a prática da modalidade correspondente.

As atletas femininas não recebem o mesmo destaque, as meninas não tem a oportunidade de assistir à grandes desempenhos femininos e a desejarem serem também grandes atletas. Pouco ou quase nada se investe em esportes praticados por mulheres. Faltando referência, perde-se estímulo.

A idade adulta e a questão do tempo.

Cuidados com casa, filhos, emprego, não permitem mulheres encontrem tempo para cuidados pessoais e para a prática de atividades físicas.

E se analisarmos as  famílias de baixa renda, onde as mulheres não tem condição de contratar auxílio para estas tarefas, a situação é ainda mais complicada.

Dupla, as vezes tripla jornada (emprego, casa e filhos) tornam as horas do dia insuficientes para qualquer outra atividade que não seja a de cuidar de outros.

Inacreditavelmente, ainda hoje,  se percebe o homem concluindo sua jornada laboral e encontrando tempo para se dedicar a si mesmo, aos amigos, ao lazer.

Enquanto isto,  as mulheres assumem, na maioria das vezes, o cuidado exclusivo com tarefas com filhos e casa.

Da desmotivação interna.

Muitas mulheres deixam de realizar uma atividade física fora de casa por vergonha do próprio corpo.

Não estão magérrimas ou atletas como as capas de revistas, atrizes e modelos famosas que desfilam seus corpos em roupas que ressaltam magreza ou músculos definidos.

Vestir uma legging ou shorts, uma regata ou  top e fazer uma caminhada ao ar livre, andar de bicicleta, ir a uma academia , frequentar aulas de dança, por exemplo, tornam-se tarefas difíceis para mulheres que não estão confortáveis com seu corpo.

Muitas vezes existem olhares e comentários preconceituosos que fazem com que a mulher, apenas em pensar na possibilidade de ser alvo deste tipo de comportamento,  desista de iniciar uma atividade física.

Da desmotivação externa.

Sempre haverá alguém para dizer que a mulher está sendo egoísta por abandonar outras atividades para se dedicar a si mesma, que não é o momento adequado, que o tempo investido em atividade física compromete a organização da casa…

Amigos surgirão propondo um lanche justamente no horário determinado para a atividade e se podem não entender ao ouvirem uma recusa para o convite.

Até São Pedro por vezes mandará aquela chuvinha convidativa para que se permaneça em casa.

São muitas barreiras a serem superadas.

Vamos mudar as estatísticas!!

Há algumas formas de melhorarmos as estatísticas e vamos auxiliar para que você,  mulher, consiga priorizar o cuidado com seu corpo e com sua saúde:

  •  Lembre-se que é preciso cuidar primeiro de si para que possa ter energia e condições de cuidar do outro;
  • Antes de começar a praticar exercícios físicos, procure um médico e faça os exames necessários para que possa iniciar uma atividade com segurança;
  • Converse e peça orientação a um Educador Físico.Explique seus objetivos, suas preferências quanto a prática de atividade física e suas dificuldades.Ele é o profissional certo para orientar e auxiliar para que você sinta prazer na prática esportiva e que a atividade física se torne uma constante em sua vida;
  • Evite atividades físicas que você não gosta. Se você não curte musculação mas adora uma caminhada, inicie nesta prática e fique longe das academias por enquanto;
  • Reorganize sua agenda. Se necessário peça ajuda, e determine dias e horários fixos para que possa se dedicar a prática de atividade física.E o mais importante: mantenha-se fiel a sua programação.
  • Faltou dinheiro? Opte por atividades prazerosas e que sejam gratuitas: ir a pé a lugares distantes, subir escadas, participar de atividades oferecidas por prefeituras e instituições de sua cidade. Sempre haverá algo!
  • Tente incentivar pessoas queridas a te acompanharem nas atividades, ou junte-se a um grupo de exercícios. Saber que alguém espera por nós, será sempre um ótimo motivo para não furarmos no compromisso.
  •  Pais: ouçam suas filhas, observem sua natureza, ofereçam a oportunidade que conheçam o maior número de atividades físicas possível para que elas possam conhecer mundos além das sapatilhas de ballet.Permitam que suas meninas participem da decisão quanto ao esporte ou atividade que desejam praticar.
  • Sejam exemplos para suas filhas, calcem seus tênis, tenham a prática esportiva como rotina em sua vida e conversem muito sobre a importância de, desde pequenas, cuidarem de si mesmas!
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